Na sequência da acusação deduzida pelo Ministério Público, a Secção Central de Instrução Criminal de Santarém pronunciou 24 arguidos, 4 dos quais militares da GNR, pela prática, entre outros dos crimes peculato, peculato de uso, falsificação de documento, abuso de poder, corrupção passiva e favorecimento pessoal.

De acordo com a pronúncia, os arguidos militares da GNR, em conluio com alguns dos outros arguidos (gerentes de oficinas de reparação automóvel bem como proprietários de veículos) elaboravam, a troco de dinheiro, participações de acidentes de viação que, na realidade, não tinham ocorrido. Com esta conduta, os arguidos pretendiam, e conseguiram, obter o pagamento, por parte das seguradoras, de indemnizações decorrentes do acionamento de seguros do ramo automóvel.

O principal arguido, que se encontra em prisão preventiva, foi também pronunciado como coautor de vinte crimes de furto qualificado, consubstanciados na subtração ilegítima de resíduos metálicos do interior das instalações da empresa onde exercia segurança privada.

São igualmente arguidos neste processo outros cidadãos, designadamente os que compraram os resíduos metálicos e que foram pronunciados pela prática de crimes de recetação.

No âmbito da investigação, o Ministério Público foi coadjuvado pela Unidade de Ação Fiscal da GNR.